Sunday, December 30, 2007

Pois claro que faltava anunciar também a nova criação: Heima.

Registo mais acústico, nada electrificado. Escusado será dizer que é LINDA!!






Ah... e acho que me apaixonei pelo moçito da barbicha. Não sei, têm quelque chose...
Uma preciosidade - Heima – Sigur Rós com toque de Ano Novo


Quando vi e ouvi o DVD o segundo impulso que tive, após o choro emotivo, foi o de partilha.
Esta surpresa que me ofertaram foi sem dúvida a melhor prenda do Natal!

Os Sigur Rós decidem em 2006, depois do cansaço das tournées e do mediatismo circense que se formou a sua volta, recolher-se na sua Heima (significa em casa), de nome Islândia e decidem fazer uma série de concertos em sítios inóspitos, recônditos e estonteantes, sem anúncio prévio. Ou seja, às vezes para duas pessoas, outras vezes para duzentas.
O resultado é música (com uma qualidade sonora de se tirar o chapéu), fotografia, as paisagens islandesas e a intimidade dos Sigur Rós retratada em filme, com uma sensibilidade e emoção indescritível…. Confirma-se que são de facto um docinho de rapazes e raparigas (elas, que afinal fazem mesmo parte das Amiina)



Para os apreciadores e para os exploradores sonoros, esta é a minha sugestão cinematográfica para uma entrada EM GRANDE em 2008!!

Um grande 2008 para todos vós com direito a tudo aquilo que merecem!!

Beijinhos

Thursday, December 27, 2007

Prostituta de afectos.

Ela decidira prostituir-se. Despiu-se dos preconceitos e valores morais e ofereceu o corpo ao primeiro que lhe pagasse um vintém de afectos. Não importa o nome, a face, o sexo. Apenas quer enganar a solidão e a amargura que tem entranhada na alma, da qual desespera e se esgrima por arrancar.
Eles vêm, possuem-na e ela pede-lhes que quando acabarem que batam com a porta devagar. Possuem o seu corpo, corpo que ela se desmaterializou para habitar apenas a alma. Dêem-lhe apenas o prazer, não lhe dêem conversa, nem beijos. Esses, ela guarda-os para os outros que a fazem sorrir e acreditar.
Ela sabe que o sexo é a droga que precisa para minorar a sua dor. É um êxtase contado que acaba quando ele bate a porta e ela volta à sua infinita tristeza. É um êxtase renovado quando ele volta para se satisfazer. É a dose necessária para estar viva amanhã.

Veste-te e fecha a porta quando saíres. Lembra-te dela amanhã à mesma hora, apenas àquela hora.

Sunday, December 23, 2007

Nesta época natalícia, aqui vai a minha contribuição para a quadra...

Desejo-vos a todos um empanturranço de toda a doçaria natalícia e já sabem.... Natal é sempre que a gente quiser!


Tuesday, December 18, 2007

Sinto-me mal.

Sinto-me mal quando me trazes o almoço
Sinto-me mal quando me trazes uma flor só porque eu estou triste
Sinto-me mal quando eu digo Vamos ?, e tu respondes, Já chegámos!
Sinto-me mal quando me ofereces umas pantufas, porque dizes que tenho sempre os pés frios
Sinto-me mal quando me acaricias o rosto, no momento em que adormeço no sofá
Sinto-me mal quando me cobres com a manta, para que eu não tenha frio
Sinto-me mal quando me ofereces o Ratatui, sabendo o quanto eu adorei este bicho
Sinto-me mal quando me tratas como uma princesa só porque…
Sinto-me mal porque me fazes rir e sorrir
Sinto-me mal quando me queres dar o teu Amor e eu não consigo recebê-lo
Sinto-me mal quando me apareces com o Hirudoid, só porque eu caí
Sinto-me mal por ter alguém que me está a fazer tão bem
Sinto-me mal por gostar tanto de estar contigo
Sinto-me mal quando nos divertimos os dois por aí, como se não houvesse amanhã
Sinto-me mal por toda a cumplicidade entre nós
Sinto-me mal quando me dizes com a naturalidade e espontaneidade que te é inata: “Eu, por mim, fazia-te a mulher mais feliz do Mundo!...”

Sinto-me mal porque apenas consigo retribuir com a minha genuína e sincera Amizade.

Sunday, December 16, 2007

Histórias de consultório


X -"Eu sou uma infeliz!!! Porque é que ninguém repara em mim????
Y -Sabes, o problema é que tu és uma gaja vistosa, bonita e com atitude e isso assusta a maioria dos gajos. Por isso é que eles não se aproximam.
X -mmmmmmmmm...achas mesmo?
Y -Sem dúvida."
Conversas alucinogénicas


Via Latina. 5.30 da manhã. Casas de Banho.

Eu – "Sou Carneiro".
Ela (tom de quem não augura nada de bom) – “És Carneiro?.........”
Eu, curiosa – "Porquê?"
Ela – “É que tu vais por ali… mas depois já queres ir por acolá….mas afinal já gostas de ir por ali….ééééé… hihihihi….”

Eu = nó na cabeça.

Thursday, December 13, 2007


Mais uma relíquia de Vinícius de Moraes
Soneto de Fidelidade



"Quem pagará o enterro e as flores se eu me morrer de amores?"

"As neuras maternas" : os dissabores da volta à casa de origem. [Parte I]

Ok. Começo a equacionar a hipótese, independentemente do que me espera num futuro muito próximo, de arranjar casa própria.
Já suspeitava que o regresso a casa seria uma nova aventura. Estava até agora convencida que afinal não era assim tão mau… Enganem-se! O período de lua-de-mel e da célebre “ai, que eu tinha tantas saudades da minha filhota! Chuac,chuac,chuac” está irremediavelmente a dar as últimas. A picardia está latente a cada minuto que passa e a minha paciência começa a esgotar-se (a dela então, nem se coloca em questão).

Nesta idade já não há paciência para pequenas coisas que antes ainda se toleravam, pois nunca tinha saído de casa, mas que agora, deixam-me os nervos em franja. Sem colocar qualquer dúvida sobre o Amor de mãe e filha, nas questões de lides domésticas estamos nos antípodas uma da outra. E quando faz faísca… tenho receio de lançar fogo à casa!

A ver, o que o futuro me reserva…. By my own!!

Saturday, December 08, 2007

Eu estive lá.






E digo-vos que foi excepcionalmente bom!!

Só consegui (ainda) arranjar esta gravação mediocre, com um péssimo som. Mas fica para a memória estas lindas meninas e os excelentes músicos que as acompanharam....

Ninguém, nem mesmo eles, saiu de lá emocionalmente impune!
Grande momento.
Olhar em volta, seguir em frente.


Chegando à encruzilhada, fica-se na dúvida. Sabendo o que não se quer, faz-se o que não se deve. Foge-se, desculpa-se, perdoa-se. Inventam-se outras tantas desculpas para aguentar o barco mais um pouco.

Mas o tempo revela-nos que a vida não pára e as decisões têm de ser tomadas. O caminho faz-se caminhando e nós escolhemos as estradas que pisamos.

Nós escolhemos quando terminar mais um capítulo da nossa vida.
Nova encruzilhada, novas direcções, novo capítulo.

Sabendo sempre o quanto custa deixar para trás estórias, pessoas, objectos, a verdade é que o espírito impele-nos a despedirmo-nos para encetar novos voos.

Eu escolhi seguir em frente, sozinha.
Até ao próximo capítulo.
Estes dias de chuva acinzentam-me a memória com recordações tuas.
Os pingos de chuva trazem consigo as lembranças onde te revejo nos meus sonhos. Fazia já muito tempo que não sonhava contigo. Às vezes assusto-me com estes sonhos por me parecerem tão reais e nítidos, onde te toco e falo contigo. Mas não me recordo do que falamos. Lembro-me apenas de te contemplar e sentir-te diferente. Sinto uma certa distância e parece que por mais que queira, não consigo alcançar-te. Dizes-me adeus, sorrindo. Pareces-me bem…. Pareces-me melhor.

Acordo. Afinal, era mais um sonho. Fico estranha. Não sei em que acreditar. Serias mesmo tu ou fruto da minha imaginação?

Sunday, November 18, 2007

Os pássaros do Amor

A independência e a liberdade sempre fizeram parte de mim.
A independência do meu ser, da ideias
Com a liberdade de o ser e de fazer.
Evitei sempre que pude, engaiolar-me numa relação
Para não perder o sentido de liberdade,
Que os compromissos trazem.

Sentia-me ave rara
Que nenhum macho
Quisesse para si.
Ave rara e em liberdade
Bonita de contemplar, mas nunca de domesticar.

A vida trocou-me os voos.
E engaiolei-me por vontade própria.
Para viver aquilo a que se chama o Amor.
Provei o doce e o amargo
Ri, chorei, amei, desesperei,
Questionei-me, e não me reconheci.

Agora sei que sim.
O Amor é um poder que nos domina
E nos leva cegamente a recantos nunca antes sobrevoados
Contorce e amarra-nos
Embebeda e entorpece
Os sentidos.

Mas hoje, hoje sim.

Hoje descobri
Que a sede de liberdade
É possível a dois.
Os Pássaros do Amor
Fazem-no em harmonia
E a dois.
Inseparáveis,
Numa troca de amor e liberdade constante.
Não se domesticam facilmente,
Selvagens e enigmáticos
Seguem o Caminho da Liberdade.
A dois, sempre.

Saturday, November 10, 2007

Welcome to the Future Festival




Ó pra esta gente tão saudável!!!
É só garrafinhas de água!

Será que andam todos num plano de desintoxicação do organismo ?!

Friday, November 09, 2007

O sexo dos fracos

A minha última incursão reflexiva, levou-me a analisar algumas das diferenças entre homens e mulher, no que diz respeito à capacidade que cada um de aguentar estoicamente a dor, quer seja ela física, psicológica ou amorosa.

É precisamente sobre a última que me vou debruçar.

Diz-se que à mulher, é geralmente, atribuída uma maior capacidade de aguentar a dor, não tendo sido por acaso que a Mãe Natureza concebeu a mulher com a dádiva da vida e da reprodução.

Parece-me a mim, que esta supremacia se estende para além da dor física, estando presente também no dolo amoroso.

A forma que o homem – e digo na generalidade, com a certeza de que existem aqueles que são a excepção à regra – encontra para minorar a sua dor amorosa é nos braços de outra mulher, denominada, a substituta. Geralmente o que os une à substituta é um desejo físico latente (que sentem indiscriminadamente por qualquer rabo de saias) e uma vontade de serem confortados, tal como faria a sua mãe, quando o menino chegava a casa a chorar. Ou seja, projectam na substituta o papel da mãe, com a coadjuvante sexual. E perguntam vocês mulheres, desse lado, "e o resto – os sentimentos?" No caso da substituta, tal palavra não existe, apenas a resposta típica, "‘Tá-se bem". Sexo, é sexo, Amor, é Amor. E não existem seres mais racionais e simplistas que os homens no que toca a definir Sexo e Amor.
E se o sexo com uma outra mulher, ajudar a diminuir a dor que a primeira deixou, então, pensam eles, siga pa bingo!

Por seu turno, nós mulheres – ressalvando aquelas que são a excepção à regra – numa situação de dor amorosa, reagimos estoicamente sem necessidade de um zezinho para nos fazer companhia. Procuramos conforto nas Amigas, nos lenços de papel, nos filmes lamechas, no chocolate, no cabeleireiro, na Zara, Mango e “amigas” afins, mas nunca num outro homem. Aliás, bem tentamos. Tentamos numa discoteca, num bar, no café da esquina. Encetamos conversa com o dito cujo, mostramos “disponibilidade”, mas na altura H somos invadidas por uma culpa disconexa, uma sensação patética de estar a cometer um erro, de fazer figura ridícula. No fundo, bate-nos o medo de estarmos a entregar a um desconhecido. Aí, pára tudo e dizemos, “Desculpa, não consigo! É que.... eu (ainda) gosto de uma pessoa!”. Frase ridícula, que ao substituto, pouco interessa. No entanto, ele sorri, pensa – “Mulheres…”. E responde – “Eu compreendo”. Contudo, não vai embora sem antes se despedir dizendo – “Se mudares de ideia, já sabes…”
A mulher, segue para casa sem sexo, mas com uma ligeira felicidade estampada no rosto. A auto-estima subiu em flecha, o poder pessoal aumentou, sem, contudo, ter a sensação de auto-traição.
Isto porque, o sexo para as mulheres não é um conceito linear. Implica para além do desejo, um sentimento que se assemelhe ao Amor. E como na fase de dor amorosa, ainda não estão disponíveis para amar, o sexo por si não faz sentido. O flirt sim, o sexo não.

Assim, enquanto que para os homens o sexo é uma necessidade e usado como anti-depressivo para traumas amorosos, para a mulher, é uma entrega, algo que só se dá a pessoas especiais.
E com isto concluo, até no sofrimento, as mulheres são o sexo forte, porque gloriosamente não necessitam de outro a seu lado, para as amparar.




Thursday, November 08, 2007

O melhor elogio dos últimos anos!

Estava eu num funeral duma pessoa da família com a minha mãe, quando chegou aquele momento em que se vai cumprimentar os familiares mais próximos do defunto.

Estávamos nós dentro da capela, com o caixão ao meio da sala, porventura aberto (coisa que eu não entendo!! E por isso não olho). Os familiares do lado direito, sentados e alinhados, tal como manda a tradição.
Ora, vou eu para cumprimentar o marido da defunta (meu tio em 2ºGrau), quando de repente , ele faz um olhar do género “Mas quem é esta tipa?!. Levantando o sobrolho diz para a pessoa que estava ao seu lado, que por sinal era sua filha - "Não estou a ver quem é?" - ao que ela responde –“Oh Pai é a filha da C.!”.

Vira-se ele, quase que espantado e atónito, esquecendo por uma fracção de segundos o cenário de fundo, e exclama alto – “ Ai…! Está GORDA!!”

Não me contive e ali mesmo dei uma risada, com a defunta ao meu lado esquerdo, e a minha mãe a dar-me uma cotovelada pela direita.

Apesar do contexto, voltei feliz para casa. Sem dúvida, o melhor elogio dos últimos anos!
“Não é sujo, é moreno.”

É do conhecimento geral que a minha única preocupação com o carro é saber se ele tem gasolina suficiente para chegar a X sítio. Não vejo o carro como um objecto de luxo onde é preciso lustrar todas as semanas e limpar os estofos de 15 em 15 dias. Para mim ter o carro A ou B é-me igual. O importante é que tenha 4 rodas, que gaste no máximo 5L/100km (gasolina!) e que seja confortável o mais possível, sempre que eu tenha de passar a noite dentro dele.

Acontece que tenho um chico-esperto que faz questão de me lembrar os limites de sujidade socialmente admitida.

Hoje de manhã, quando me dirigia ao carro (depois de o meu paizinho, encarecidamente me ter levado o carro a uma lavagem automática, há um par de dias, ou meses, que importa?....) vejo novamente escrito no vidro de trás
“Não é sujo, é moreno.”
Cismada sob a cena, decido averiguar se naquele perímetro de carros, mais algum teria a mesma deixa. Negativo. Nada. Apenas o meu Favolas, que por sinal não era único alegadamente sujo.

A primeira vez que me aconteceu achei piada. Ri-me, o pessoal riu-se, toda a gente achava piada. Da segunda vez, pensei na grande coincidência de ter a mesma frase no vidro de trás, num outro carro que conduzia na altura. Continuei a rir.
Agora, que é a TERCEIRA VEZ, já não acho piada nenhuma!

Sim, sim a frase é gira. Mas já chega, já passou. Por favor Sr. Chico-Esperto invista noutra igualmente gira, mas outra. É que essa já ‘tá gasta do pó….

Monday, October 15, 2007

Ponderei durante alguns dias a inclusão deste texto no meu blogue.
Contudo, cheguei à conclusão que apesar da extrema badalhoquice, a quase genialidade da escrita (tirando alguns erros, claro) merecia um momento de partilha.
Leiam.... e cagam-se a rir!


"Estação de autocarros de Coimbra, 2 da manhã.
Tenho um pequeno mal-estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma mijadela e uma cagada não aliviasse.Mas, atrasado para apanhar o autocarro que me levaria para o aeroporto de Lisboa, de onde partiría o voo para Barcelona, resolvi segurar as pontas, afinal de contas, são só 2 horas de viagem. "Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar uma mija e uma cagada, tranquilo. O avião só sai às 8:00am" - pensei. Ao entrar no autocarro, sem sanitários, senti a primeira contracção e tomei consciência de que a minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no wc do aeroporto. Virei-me para o meu companheiro de assento e, subtilmente, rosnei-lhe: "Fogo... mal posso esperar para chegar à merda do aeroporto porque preciso largar a farinheira."Nesse momento, senti o cagalhão a alargar-me a brodas do cú, beliscando as minhas cuecas, mas pus a força de vontade a trabalhar e segurei a onda. Aí o cagalhão ficou maluco e queria sair a qualquer custo! Fiz um esforço enorme para segurar o comboio de merda que estava para chegar à "estação anus" a qualquer momento. Suava em bica. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais ( o belo do Peidinho) indicando que, pelo menos por enquanto, as coisas tinham-se acomodado por ali. Uma onda de frescura rectal inundou o autocarro. Tentava-me distrair vendo a paisagem mas só conseguia pensar numa casa de banho, não numa igual à do Rubino, mas uma com uma sanita tão branca e tão limpa que alguém podia pôr o almoço nela. E o papel higiénico então: era branco e macio e com textura e perfume e...oops! Senti um volume almofadado entre o meu traseiro e o assento do autocarro e percebi : "pronto ja me borrei todinho".Um cocó sólido e grauuudo daqueles que dão orgulho de "paizinho" ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar para os amigos e convidá-los a apreciar, na sanita, tão perfeita obra! Mas, sem dúvida, não neste caso.Olhei para o meu amigo, sentado ao meu lado, procurando um pouco de solidariedade, e disse-lhe de modo muito sério:"Olha, caguei- me."Quando o cabrão parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a ficar no centro da cidade de escala [Leirial], e que me limpasse nalgum lugar. Mas resolvi que ia seguir viagem, pois agora estava tudo sob controlo."Que se lixe, limpo-me no aeroporto," - pensei - "pior do que estou não fico".Mal o autocarro entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar, e sem muita cerimónia...Pauuuu, veio a segunda leva de merda. Desta vez como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando,e lambuzando o cu, boxers, pernas, calças, meias e pés. Logo a seguir, mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam as "nalgas" ao sair rumo à liberdade. E, no instante seguinte, um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar... afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado.Já o peido seguinte foi do tipo daqueles que um gajo manda em casa do Rubino [nos concursos de peidos], depois de beber umas belas minis: caguei-me pela quarta vez. Lembrei-me do Gonçalo que uma vez teve que arrear o calhau e eu disse a toda a gente.Mas pronto... tinha tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia ajudar-me a limpar a sujeira.Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos, pedi ao meu amigo que apanhasse a minha mala na bagageira do autocarro e a levasse a casa de banho do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri para a casa de banho e entrando de porta em porta nenhuma sanita tinha papel higienico.Entrei na última porta, mesmo sem papel, tirei a roupa toda para analisar a minha situação (concluí q estava no fundo do poço) e esperei pela mala da salvação, com roupas limpinhas e cheirosas que a minha maezinha me lavou e passou.Entretanto, o meu amigo entrou na casa de banho cheio de pressa... e mandou por cima da porta a minha maleta. Desesperado, comecei a analisar quais das minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. E assim começou a sessão de limpeza...Mandei os boxers c pró caralho e usei as meias como toalha (ha quem as use para outra coisa!)Saí da casa de banho e atravessei o aeroporto em direcção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, calças molhadas da cintura até ao joelho (não exactamente limpas).Mas caminhava com a dignidade de um lorde.Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam à espera do "rapaz que estava na casa de banho".A hospedeira [toda boa, por sinal]aproximou-se e perguntou-me se precisava de algo.Eu cheguei a pensar em pedir uma gilette para cortar os pulsos ou 130 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante, mas decidi não as pedir... e respondi-lhe com a minha cara angélica: "Nada, obrigado menina. Só quero esquecer este dia de MERDA."

(Garcia Rocha, cit in www.xarope-pa-tosse.bogspot.com)
A propósito da FOTOGRAFIA

Muitos já sabem, outros vão se apercebendo que tenho um especial fascínio pelo mundo da fotografia. Quer da óptica do utilizador, quer da óptica do espectador.

Hoje decidi partilhar uma foto dum grande fotógrafo - Martin Parr. A primeira vez que me "cruzei" com ele foi o Museu Reina Sofia, em Madrid, onde por lá estava patente uma exposição sua.
Fiquei admirada com os instantes captados!





Esta imagem guardei-a na minha cozinha durante o tempo de Erasmus.
Apesar do reduzido tamanho (!) aqui no blog, se atentarem bem aos pormenores da foto podem vislumbrar quase em cada personagem, a sua vinheta.
É uma imagem satírica, (bem ao jeito do humor britânico transversal à colecção de imagens do fotógrafo, também ele british) que nos revela imenso acerca do ser humano. O espectro social e antropológico, que o meu amigo Cairo refere, está aqui bem apanhado, e revelador dos bons costumes da nossa sociedade:
  • A jovem de amarelo gananciosamente empenhada em besuntar o seu cachorro quente com ketchup, não vá acabar o frasco e ela ficar a lamber os dedos;
  • A senhora ao lado, com a pochete bem segura debaixo do braço, não vá um catraio qualquer fazer das suas, pensando na melhor forma de levar tudo de uma só vez, porque a fila já é longa;
  • a catraia do lado, olhando descaradamente para a bebida da dita senhora, em jeito de ora vamos cá ver o que é que esta leva...;
  • A senhora atrás com fato de banho, que carrega o filho em seus braços, com cara de quem não lhe pagam para estar ali a apanhar o belo do secão e ai de quem insinuosamente se meta à sua frente!
  • E claro, o aspecto geral aporcalhado do bar, daquilo a que nós chamamos instância balnear.

Sunday, October 14, 2007

No Festival das Aldeias Vinhateiras


As fotos prometidas III


As fotos prometidas II


As fotos prometidas I


Episódios familiares

Ontem, mais um estranho bateu à porta.
Entrou. Sentou-se no sofá.

Hoje de manhã.

Ela (em tom de averiguações): Então o que é que achaste do meu amigo?
Eu: Nada.
Ela, insistindo: Mas fisicamente?...
……………
……………
(pensado na melhor forma de dizer que o senhor além de chêr da chérra, era um parolo. E que devia procurar um novo barbeiro, porque, com toda a certeza, aquele onde vai não é seu amigo!)
…………
Eu: Nada de especial.
Ela (meia amuada): Também só perguntei !!



E eu também só respondi.

Saturday, October 13, 2007

No Baú Das Recordações


As mudanças, os cacos, as tralhas são sempre motivo de desespero. Eu que o diga. Ainda aqui andam vestígios de elevados esforços, especialmente nas costas.

Contudo, estes momentos podem-nos fazer viajar até tempo idos.
Quando desempacotava a roupa, encontrei o meu velho diário (e único em toda a minha vida!) que remonta ao ano de 1994 e vai até 2001.
Posso – vos dizer que não me contive de riso em cada página que trespassava os olhos
Desde assinalar:

1994

A Maria da Luz teve um menino.”
(quem foi esta Maria da Luz???)

Ou por exemplo,

O pai do Sérgio do 7ºA morreu. Eu mando muitos sentimentos.”


A momentos realmente interessantes, que comprovam a evolução hormonal de uma qualquer adolescente. Se não vejamos,

Outubro, 1995

Recordar os 3 desejos da pulseira cor-de-rosa:
• Que eu tenha boas notas
• Que eu me dê bem com a Lili
• Que a minha mãe melhore de temperamento


Um ano e alguns meses depois....

Janeiro, 1997

Desejos da pulseira branca:
• Que eu namore
• Com um gajo bonito
• Conheça gente nova”


Reparem, portanto, na evolução. Enquanto que numa primeira fase, o que realmente me importavam eram aqueles mais próximos de mim e poder mostrar-lhe o quão aplicadinha era. Já na segunda fase, o caldo entornou-se e os meus desejos para esse ano, são claramente o resultado de alterações hormonais latentes. Logo a seguir à página dos Desejos da Pulseira Branca, estão longas páginas do diário, em que o tema de cariz romântico-desesperado, posso dizer, não variou rigorosamente nada. Apenas os personagens.
Dou então conta, duma parte da Filipa que o meu psi fez questão de recalcar.

Felizmente existe este Diário, que não me falha nem com notas de mil!...
Tem sido uma experiência… no mínimo, de chorar a rir.
Deliciem-se…

A minha “crida” esteticista (que aqui já vos falei) resolveu modernizar-se. Hoje quando cheguei para a sessão de masoquismo impiedoso, reparei numa máquina com a fotografia de um capuccino. De mim pra mim pensei,

“Bolas, depois da depilação a laser e das massagens xpto, da musiquinha de meditação com o mini-fontanário ao lado, só cá faltava uma máquina de tirar cafés… e capuccino!!”.

Afinal, era cera. Hoje depilaram-me com chocolate. Cera de chocolate.

Eu repito-vos, mulheres:


HOJE DEPILARAM-ME COM CERA DE CHOCOLATE.

A antiga máquina foi substituída por uma elegante máquina, com duas saliências, (tal com o café), de onde sai um líquido, estilo anúncio do chocolate Dove, de cor acastanhada e brilhante.

No entanto, eu sou uma daquelas espécies raras que NÃO gosta de chocolate. Mas digo-vos… aquele cheiro, vale um banho não tomado. O aroma no corpo é pecaminoso. Um atentado verdadeiro atentado ao pudor!
E eu?...ADOREI.

Ps- Ainda não satisfeita, ofereceu-me um creme profissional. Achou que eu andava com a pele muito seca… É uma crida não é?

Monday, October 01, 2007

Escapadela de Fim de Semana
Diário de uma Viagem supostamente Romântica


Dia 1
Coimbra – Provesende

Partimos de Coimbra, por volta do meio-dia. Apesar de todo o esforço feito para responder à chamada do despertador das 9.45, o corpo, de peso-pluma tornou-se peso-pesado, e a alavanca só funcionou por volta das 10.30.
Com malas ainda por fazer, e arrumos de última hora, aprontámo-nos em hora e meia, debaixo de nuvens pouco convidativas a um fim-de-semana romântico-cultural, nas margens do Douro.
A belíssima A24 devia ser também considerada uma das maravilhas de Portugal! Uma verdadeira pista do mais aveludado alcatrão, que acolhe condutores solitários na suas longas calcorreantes faixas.
Chegámos a Sabrosa duas horas e meia depois. Sob nuvens horrendas e chuva chata, iniciámos a nossa procura em busca do ninho de amor mais em conta para os nossos trocos contados. Hotel Inn, nada. Residencial não-sei-o-quê, nada. Residencial troca-o-passo, nada. Fazia quase noite, e nada. Nada. Nada. Lotação Esgotada ou 40 euros.
Vislumbrando o nosso semblante de desespero junto do balcão, aproxima-se o Sr. Manuel (“Manuel Matos, menina!”) e em jeito de confidência, diz-me “Oh menina, tenho lá um quartinho em minha casa, todo remodeladinho, mêmo ao vosso jeito! Faz inveja a muntas pensões, que cheiram a mofo e têm ratos! A minha [mulher] apronta-bos lá o quartinho que fica um mimo!”. Olhámos um para o outro e sorrimos, seria este o nosso ninho de amor! Agora restava ver o que nos esperava…
Entretanto já mais descansados, antes de conhecer o nosso lar, decidimos ir dar uma espreitadela a Provesende, aldeia que acolhia este fim-de-semana o Festival das Aldeias Vinhateiras. Embuídos pelo Teatro de Rua e demais surpresas na aldeia acabámos por nos atrasar para o nosso encontro com o Sr. Manuel. Novo encontro para as 19.30.
Entre as indicações por ele dadas e aquelas indicadas pelo seu companheiro Tinto, ficámos sem saber onde era realmente a casa. “Oh menina, onde vir uma carrinha com os dizeres TRANSPORTE DE ANIMAIS VIVOS, é aí!”. Iríamos nós dormir em casa dum carniceiro?...hum.
Bem, entre voltas e contravoltas, demos com a dita casa, onde a referida carrinha tinha uma placa de 10 cm TRANSPORTE DE ANIMAIS VIVOS . Se fosse por essa dica…Mas perdoa-se. Foi o companheiro Tinto.
O tal quartinho todo remodeladinho, mêmo ao nosso jeito, era afinal um aproveitamento de uma garagem. Todo coberto com ripas de madeira e com cheiro considerável a, digamos, MOFO, (“Este cheiro é do mau tempo!”, dizia-me o Sr. Manuel dos Transportes de Animais Vivos, já em jeito de desculpa), que fazia as delícias dos bichos da madeira, que se fartaram de fazer a festa ao longo da noite. E provavelmente, todas as noites.
Despedimo-nos do Sr. Manuel, agradecendo-lhe a amabilidade, dando a entender que as nossas poupanças só lhe poderiam render no máximo 30 euros. Grande erro. 20 euros e ele nem piscava os olhos. Regressámos a Provesende.

Depois dum jantar divinal, onde preparámos o estômago e o espírito para o concerto, ei-nos chegados à real Garagem dos Bombeiros Voluntários de Provesende para assistir ao concerto dos O’questrada. Público – aldeões e crianças.
Uma boa surpresa!
Fim de Concerto. Fim do dia.
Dia 2
Constantim - Provesende – Favaios – Salzedas – Ucanha

Depois de uma boa noite de sono (com possibilidade de se tornar excelente se não fosse pelos vizinhos Bichos da Madeira), acordámos fresquinhos por volta das 11h.
Ao longo das viagens deste dia, tivemos o privilégio de comer figos de casca doce, apanhados à beira da estrada; conversar com os anciãos sobre esta época de azáfama, as vindímas; de receber uvas (“ Tome, tome o cacho todo menina! Estas são das minhas!”) das mãos de quem tem o orgulho posto nestes bagos; ouvir inconfidências (“ Ai! Eu até férias tiro nestas alturas. Atão pois, eu sou funcionária pública, mas num consigo tar um mes de férias em casa. Atão tiro sempre agora 15 dias pás Vindimas! Eu gosto munto disto! Gosto, gosto menina!”); receber sorrisos, conhecer gentes do povo e da cidade unidas pelo mesmo sentimento; sentir uma simbiose quase perfeita entre as gentes da cidade, que trazem a música, o teatro, a Cultura e estes recantos perdidos nas encostas do Douro; aprender os saberes que os antigos nos podem transmitir, se nós estivermos dispostos a ouvi-los.
Partilho convosco aquilo que me resta, os instantes captados pela lente do terceiro olho, aquele que retêm as imagens e as permite partilhar…

Wednesday, April 11, 2007

Pregadeira


Tuesday, April 10, 2007

Viagem em tempo de Ressureição - 3 a 8 Abril 07

"Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode
fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos onde cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que quero. "

Álvaro de Campos





Lembranças



Férias.

Dou muito valor à Páscoa. É de facto, uma excelente altura para tirar aqueles dias que precisamos para reaver a serenidade. Seja campo ou praia, O que importa é o descanso...E que descanso.
Aleluia.

Saturday, March 10, 2007

Querido Aparelho:

Há quanto tempo mesmo...??!

As nossas vidas cruzaram-se no dia em que decidi que com tanto dente torto, não seria feliz. A nossa relação foi agreste de inicio. Eras bruto comigo, ferias-me as bochechas, fazias-me pequenas feridas no lábio inferior. Privavas-me inclusivamente de comer nos primeiros dias, depois do "aperto". Vieste ocupar um espaço, colaste-te a meus dentes que nem lapa e não tive outro remédio senão me resignar à tua presença.

Pouco a pouco, fomos entrando na intimidade um do outro.. Estreitámos conhecimento e aceitámos a presença um do outro por um bom punhado de anos. Mandaste-me comprar silicone para os teus brackets, lembrando-me sempre que seriam necessários para aquelas alturas, em que eles, os brackets, tentariam perfurar a bochecha (levados dum caneco!).
Tal como um bom pai relembravas-me sempre para ter na algibeira uma aspirina, para aqueles momentos em que a dor nos dentes subia até aos neurónios e se transforma em enxaqueca.

Crescemos juntos! Partilhaste comigo a Faculdade, o Erasmus e umas tantas outras experiências alucinantes, alucinogénicas, gormitantes, gastronómicas, paladosas.. Enfim, só nós sabemos, meu caro.

Depois de tantos anos de companheirismo e inconfidências. Depois de tanto dente arrancado,sangue rojado e muitos euros queimados... Chegou o derradeiro dia - o Dia da Separação, o 10 de Março.

Hoje, damos por finalizada a nossa história de vida. Tu seguiste para um qualquer caixote do lixo e eu segui com a minha boca para uma nova fase da minha vida.

Espero-te ver reutilizado em qualquer bicicleta ou cadeira de rodas até.

Até um dia velho amigo!

Monday, January 08, 2007













É já hoje a minha entrevista a Jorge Pelicano, realizador do documentário "Ainda há pastores?", em directo no Culturama. Este é o documentário que dará início ao ciclo "docTAGV", uma boa iniciativa inserida na programação do TAGV para 2007.

Sinopse

Há lugares que quase não existem.
Casais de Folgosinho nem sequer é um lugar. Não há luz eléctrica, não corre
água canalizada, muito menos estradas. Perde-se no silêncio de um vale
entre as montanhas da Serra da Estrela. Em tempos foi um autêntico
santuário de pastores, com dezenas de famílias, milhares de cabeças de
gado. Hoje, os mais velhos vão morrendo e os novos fogem da dura sina de
ser pastor. 365 dias por ano.
Hermínio, 27 anos, contraria o fim. Dizem que é o pastor mais novo, mas
também o mais doido. Sozinho, rádio na mão, rasga montanhas ao som das
cassetes do popular cantor Quim Barreiros, que um dia sonha conhecer. Os
sons das cassetes e do rádio puxam-no para fora de uma vida de solidão. São
a união entre dois mundos diferentes. Distantes e próximos. Na sociedade
moderna, o futuro de Hermínio é inquietante. Até quando o jovem Hermínio
será pastor?
Mas... Ainda há pastores?
As estórias dos Casais de Folgosinho guardam a resposta.

"Ainda há Pastores?", o primeiro filme de Jorge Pelicano, é um dos
premiados na 12ª edição do Cine`Eco - Festival de cinema e vídeo de
ambiente da Serra da Estrela, tendo ainda recebido o Prémio Lusofonia para
melhor obra a concurso produzida e realizada em país lusófono e a Menção
honrosa atribuída pelo Júri da Juventude

Aqui fica o trailer.

Tuesday, January 02, 2007

Uma Descoberta... Faun Fables
Transit Rider, pela Drag City (2006)

Esta é a voz que canta e encanta em "strange form of life", com o grande Will Oldham aka Bonnie Prince Billy, num dos melhores álbuns de 2006, "The letting go".

É ela, Dawn McCarthy, a alma de Faun Fables.
"I'd Like To Be" - Uma pequena preciosidade!... Vejam.