Thursday, December 27, 2007

Prostituta de afectos.

Ela decidira prostituir-se. Despiu-se dos preconceitos e valores morais e ofereceu o corpo ao primeiro que lhe pagasse um vintém de afectos. Não importa o nome, a face, o sexo. Apenas quer enganar a solidão e a amargura que tem entranhada na alma, da qual desespera e se esgrima por arrancar.
Eles vêm, possuem-na e ela pede-lhes que quando acabarem que batam com a porta devagar. Possuem o seu corpo, corpo que ela se desmaterializou para habitar apenas a alma. Dêem-lhe apenas o prazer, não lhe dêem conversa, nem beijos. Esses, ela guarda-os para os outros que a fazem sorrir e acreditar.
Ela sabe que o sexo é a droga que precisa para minorar a sua dor. É um êxtase contado que acaba quando ele bate a porta e ela volta à sua infinita tristeza. É um êxtase renovado quando ele volta para se satisfazer. É a dose necessária para estar viva amanhã.

Veste-te e fecha a porta quando saíres. Lembra-te dela amanhã à mesma hora, apenas àquela hora.

2 comments:

Anonymous said...

gosto mt deste texto. estive mt tempo para escrever aqui qq coisa que pudesse transmitir cm este texto, eu que te conheço, é intenso e profundo, como me toca...
mas este é daqqueles para sentir, não é para se falar...

Patchouli said...

... eu percebo.:)