Monday, October 01, 2007

Dia 2
Constantim - Provesende – Favaios – Salzedas – Ucanha

Depois de uma boa noite de sono (com possibilidade de se tornar excelente se não fosse pelos vizinhos Bichos da Madeira), acordámos fresquinhos por volta das 11h.
Ao longo das viagens deste dia, tivemos o privilégio de comer figos de casca doce, apanhados à beira da estrada; conversar com os anciãos sobre esta época de azáfama, as vindímas; de receber uvas (“ Tome, tome o cacho todo menina! Estas são das minhas!”) das mãos de quem tem o orgulho posto nestes bagos; ouvir inconfidências (“ Ai! Eu até férias tiro nestas alturas. Atão pois, eu sou funcionária pública, mas num consigo tar um mes de férias em casa. Atão tiro sempre agora 15 dias pás Vindimas! Eu gosto munto disto! Gosto, gosto menina!”); receber sorrisos, conhecer gentes do povo e da cidade unidas pelo mesmo sentimento; sentir uma simbiose quase perfeita entre as gentes da cidade, que trazem a música, o teatro, a Cultura e estes recantos perdidos nas encostas do Douro; aprender os saberes que os antigos nos podem transmitir, se nós estivermos dispostos a ouvi-los.
Partilho convosco aquilo que me resta, os instantes captados pela lente do terceiro olho, aquele que retêm as imagens e as permite partilhar…

1 comment:

icarus said...

Passado tanto tempo depois da "Pregadeira", é com grande prazer que volto a ler mais aventuras tuas! Não podia deixar de dizer que é contagiante a tua prosa, e acima de tudo, fartei-me de rir (das melhores coisas no mundo)!. A tua vertente antropo-sociológica veio à tona nestas duas breves e há que dizer com franqueza que te está no sangue! Um grande beijinho directo de NY.

peterr