Wednesday, February 13, 2008

Chegou a hora.

Há alturas em que por mais que queira não consigo transmitir aquilo que sinto. As palavras esgotam-se, as frases surgem desarticuladas, a cabeça inquieta-se.

Assim me sinto.

É em momentos como este que a poesia surge roubada ou inspirada e diz aquilo que eu não consigo. É com Sophia que me despeço, abraçando a nova aventura.


Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta – por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.

Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.

E dormem mil gestos nos meus dedos.

Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.

Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.

E de novo caminho para o mar.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Fui ao mar despedir-me...






Wednesday, February 06, 2008

Às vezes parece-me que a tua sina é assombrada pela minha.
Às vezes tenho laivos de arrependimento, que quando te afago se desvanecem. Mas existem tantos nãos. Tantos não sei. Tantos é difícil. Tantos vai ser complicado. Existem tantos obstáculos que às vezes tenho vontade de desistir de ti.
Enrosca-te no meu regaço e deixa-me chorar.
Real Festa de Carnaval em Oiã City

Os tempos não abonam fortuna para Herman José. Mas a verdadeira prova da desgraça em que o senhor caiu foi vir ao real carnaval de...Oiã!
"Como?"
"Onde?"
"Onde é que isso fica?"
"Comé q'isso se diz?"

"ó i á til - Oiã."

Claro que eu não poderia perder tal humilhação pública, de modos que vim num ápice, fresquinha de outra festa em Coimbra, para a minha santa terrinha ver com os meus próprios olhos esta pessoa, que eu em tempos admirei. Em tempos idos, diga-se, com tristeza.

Máquina em punho e cartaz alusivo, lá fomos para a paródia, esperando que ele desse pela nossa real presença. E não é que dito cujo, enquanto cantarolava "És tão boa! És tão boa!", lá reparou em nós e até teve tempo de nos conceder uns segundos para nos responder ao apelo. Nem outra coisa esperava eu.

Infelizmente a nova era digital tem alguns pontos desfavoráveis, em relação à analógica, nomeadamente a falta de bateria no momento X, não obtendo por isso eu, uma prova provada do Herman em solo oiãnense.
Mas aquilo que obtive inspirou-me...