Friday, November 09, 2007

O sexo dos fracos

A minha última incursão reflexiva, levou-me a analisar algumas das diferenças entre homens e mulher, no que diz respeito à capacidade que cada um de aguentar estoicamente a dor, quer seja ela física, psicológica ou amorosa.

É precisamente sobre a última que me vou debruçar.

Diz-se que à mulher, é geralmente, atribuída uma maior capacidade de aguentar a dor, não tendo sido por acaso que a Mãe Natureza concebeu a mulher com a dádiva da vida e da reprodução.

Parece-me a mim, que esta supremacia se estende para além da dor física, estando presente também no dolo amoroso.

A forma que o homem – e digo na generalidade, com a certeza de que existem aqueles que são a excepção à regra – encontra para minorar a sua dor amorosa é nos braços de outra mulher, denominada, a substituta. Geralmente o que os une à substituta é um desejo físico latente (que sentem indiscriminadamente por qualquer rabo de saias) e uma vontade de serem confortados, tal como faria a sua mãe, quando o menino chegava a casa a chorar. Ou seja, projectam na substituta o papel da mãe, com a coadjuvante sexual. E perguntam vocês mulheres, desse lado, "e o resto – os sentimentos?" No caso da substituta, tal palavra não existe, apenas a resposta típica, "‘Tá-se bem". Sexo, é sexo, Amor, é Amor. E não existem seres mais racionais e simplistas que os homens no que toca a definir Sexo e Amor.
E se o sexo com uma outra mulher, ajudar a diminuir a dor que a primeira deixou, então, pensam eles, siga pa bingo!

Por seu turno, nós mulheres – ressalvando aquelas que são a excepção à regra – numa situação de dor amorosa, reagimos estoicamente sem necessidade de um zezinho para nos fazer companhia. Procuramos conforto nas Amigas, nos lenços de papel, nos filmes lamechas, no chocolate, no cabeleireiro, na Zara, Mango e “amigas” afins, mas nunca num outro homem. Aliás, bem tentamos. Tentamos numa discoteca, num bar, no café da esquina. Encetamos conversa com o dito cujo, mostramos “disponibilidade”, mas na altura H somos invadidas por uma culpa disconexa, uma sensação patética de estar a cometer um erro, de fazer figura ridícula. No fundo, bate-nos o medo de estarmos a entregar a um desconhecido. Aí, pára tudo e dizemos, “Desculpa, não consigo! É que.... eu (ainda) gosto de uma pessoa!”. Frase ridícula, que ao substituto, pouco interessa. No entanto, ele sorri, pensa – “Mulheres…”. E responde – “Eu compreendo”. Contudo, não vai embora sem antes se despedir dizendo – “Se mudares de ideia, já sabes…”
A mulher, segue para casa sem sexo, mas com uma ligeira felicidade estampada no rosto. A auto-estima subiu em flecha, o poder pessoal aumentou, sem, contudo, ter a sensação de auto-traição.
Isto porque, o sexo para as mulheres não é um conceito linear. Implica para além do desejo, um sentimento que se assemelhe ao Amor. E como na fase de dor amorosa, ainda não estão disponíveis para amar, o sexo por si não faz sentido. O flirt sim, o sexo não.

Assim, enquanto que para os homens o sexo é uma necessidade e usado como anti-depressivo para traumas amorosos, para a mulher, é uma entrega, algo que só se dá a pessoas especiais.
E com isto concluo, até no sofrimento, as mulheres são o sexo forte, porque gloriosamente não necessitam de outro a seu lado, para as amparar.




2 comments:

Mafalda said...

Alto texto!!!:)
Sem dúvida...por muito que doa, não preenchemos lacunas envolvendo terceiros...refujio-me nos amigos, nos lenços de papel e em projectos futuros...Viva o Codigo de Valores e que se lixem aqueles que dizem que os têm!

Patchouli said...

Fazes-se o que se pode para pôr a boca no trombone...

beijoca grandi cosi para ti*