Friday, August 22, 2008

Rascunhos Revisited (2005)

"O dia de amanhã reserva-se sempre tão incerto que todas as certezas que possa ter são pura e simples flutuações do momento. Delírios tornados realidade, numa realidade fantasiosa.
Ditos e palavras tão sentidos, olvidados no minuto seguinte.
Afinal que podes ter tu no so called Love?
Delírios, puros delírios que em algumas pessoas são tratáveis e noutras incuráveis.
Em qual das categorias te encontras?"

Tuesday, August 19, 2008

Comunicação unidireccional

Eu - Deixar currículos.... ahã..Pois, sabes tive a pensar e vou concorrer a uma pós-graduação em blá-blá-blá-grande-treta.... grátis!
Ela (em tom crítico, incisivo e egocêntrico) - Sim, Patchouli, mas não te esqueças que tens 25 anos e está na altura de te tornares uma mulherzinha independente! Nós não te podemos sustentar mais!

...

Acredito que quem paga multas de 500 euros por entrar em sentido contrário na auto-estrada, só porque se esqueceu de tirar o ticket e na sua brilhante ideia, nada mais simples e directo como inverter a marcha para ir buscar um ticket, não tenha, de facto, possibilidade de me sustentar.

Monday, June 30, 2008

Into The Wild (2007)

Monday, June 23, 2008


Não te escrevo porque não posso, não devo.
Passam-me pelo corpo demasiados homens e em cada um deles encontro pedaços de ti, lembranças que perduram, luzes lusco-fuscos na penumbra das minhas memórias.
Não te escrevo porque não posso, não devo.
Sinto nos lábios sabores de outrora, amoras frescas que colhíamos, amor que fazíamos entre sonhos e ilusões.
Não te escrevo porque não posso, não devo.
Perdi a força e deixo-me levar por dois sorrisos e uma boa conversa, entre cigarros e pozinhos perlimpimpim. Agora sim, percebo-te. É difícil estar sozinho. É tão fácil cometer erros.
Não te escrevo porque não posso, não devo.
Transformei-me em algo até agora desconhecido em mim mesma. Estranho-me nas palavras, nos gestos, na velocidade com que me apaixono e desapaixono.
Não te escrevo porque não posso, não devo.
Digo-me e contradigo-me. Perco-me nos meus próprios pensamentos. Sinto demasiadas coisas, tantas que me fogem do papel, dançando à minha volta tal como crianças pueris.
Não te escrevo porque não posso, não devo.
Sinto-me agora num corpo que estranho, numa simbiose entre a menina e a mulher. Algo que tenho agarrado a mim, mas que ainda não me pertence por completo. Parece que às vezes tem força própria, uma força possante e intensa que domina o meu pensamento e me conduz à loucura.
Não te escrevo porque não posso, não devo.
Perco-me em outros braços para sentir algum calor do vazio que me deixaste.
Não te escrevo porque não posso.
Não devo.

Wednesday, May 14, 2008

Berlim tem destas coisas.

Eis se não quando, recebo uma mensagem electrónica, com a seguinte proposta:

"Bueno Gracias.
Pero por qué no vienen las portuguesas a pasarse una noche en casa, y nos tomamos unas cervezas y nos vamos a dormir al techo?
Que les parece ?
Besos.
Gustavo."



Que vos parece?

Friday, April 18, 2008

Mais conheço, mais confusa fico.
Troco palavras e experiências com semelhantes e toma-se uma vontade por mim a dentro de ficar, de tão depressa não voltar. Simultaneamente assombra-se-me a incerteza, a insegurança de quem ainda se sente pequena na personagem de adulto.

Desenho planos, esboço sonhos aspiro a algo que ainda não vislumbro, nem lhe reconheço a forma. A ambiguidade dos suspiros retratados numa melancolia de fim de tarde deixam-me desarmada.

Conseguirei desprender-me o suficiente do meu canto à beira mar plantado para aventurar-me pelo frio a leste?

Monday, March 03, 2008

Instantes Berlinenses


Berlim by night: primeiras impressões


Wednesday, February 13, 2008

Chegou a hora.

Há alturas em que por mais que queira não consigo transmitir aquilo que sinto. As palavras esgotam-se, as frases surgem desarticuladas, a cabeça inquieta-se.

Assim me sinto.

É em momentos como este que a poesia surge roubada ou inspirada e diz aquilo que eu não consigo. É com Sophia que me despeço, abraçando a nova aventura.


Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta – por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.

Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.

E dormem mil gestos nos meus dedos.

Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.

Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.

E de novo caminho para o mar.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Fui ao mar despedir-me...






Wednesday, February 06, 2008

Às vezes parece-me que a tua sina é assombrada pela minha.
Às vezes tenho laivos de arrependimento, que quando te afago se desvanecem. Mas existem tantos nãos. Tantos não sei. Tantos é difícil. Tantos vai ser complicado. Existem tantos obstáculos que às vezes tenho vontade de desistir de ti.
Enrosca-te no meu regaço e deixa-me chorar.
Real Festa de Carnaval em Oiã City

Os tempos não abonam fortuna para Herman José. Mas a verdadeira prova da desgraça em que o senhor caiu foi vir ao real carnaval de...Oiã!
"Como?"
"Onde?"
"Onde é que isso fica?"
"Comé q'isso se diz?"

"ó i á til - Oiã."

Claro que eu não poderia perder tal humilhação pública, de modos que vim num ápice, fresquinha de outra festa em Coimbra, para a minha santa terrinha ver com os meus próprios olhos esta pessoa, que eu em tempos admirei. Em tempos idos, diga-se, com tristeza.

Máquina em punho e cartaz alusivo, lá fomos para a paródia, esperando que ele desse pela nossa real presença. E não é que dito cujo, enquanto cantarolava "És tão boa! És tão boa!", lá reparou em nós e até teve tempo de nos conceder uns segundos para nos responder ao apelo. Nem outra coisa esperava eu.

Infelizmente a nova era digital tem alguns pontos desfavoráveis, em relação à analógica, nomeadamente a falta de bateria no momento X, não obtendo por isso eu, uma prova provada do Herman em solo oiãnense.
Mas aquilo que obtive inspirou-me...


Tuesday, January 29, 2008

O clube das divorciadas

Tive o prazer de assistir a uma conversa entre mulheres divorciadas, momentos antes de partirem para mais um bailarico sofisticado, onde o “conjunto musical” é agora substituído pela “orquestra”.

De repente, dos meus verdes anos de experiência no campo amoroso, senti-me mãe delas todas, com conselhos para cada e qualquer uma delas. Não, não que eu esteja velha. Nada disso. Antes, são elas fruto de uma educação repressiva, fechada com demasiados tabus, que com algumas certezas resultaram em ideias de Amor, humanamente impossíveis. Daí, pertencerem ao novo clube das mulheres divorciadas.

Aos 35, 40 e 50 anos falam dos “homens das discotecas” com aquela meninice e matreirice de quem nunca ousou ultrapassar as barreiras, de quem sempre se subjugou ao poder masculino e que com ele sofreram até ao ponto de nunca mais acreditar no Amor. Falam como quem tem vontade de se libertar, mas sem ferramentas para o fazer. Falta-lhes o pudor, a segurança, a convicção que julgam ter quando afirmam que não precisam deles para nada esquecendo-se que são eles que o motor que as move até às discotecas para dançar. Porque se eles não perguntam “ a menina dança?”, elas com toda a certeza, não dançam.

Estas mulheres confrontam-se com uma crise de valores entre aquilo para que foram educadas – servilidade e obediência – e aquilo que foi alcançado por forças feministas – a liberdade, independência e autonomia – e que determinaram o novo pensamento feminino após os anos 70, em Portugal. Debatem-se por encontrar um equilíbrio entre o que é moralmente certo para uma mulher divorciada, caindo ora na tentação, ora na devoção.

Destas mulheres retirei que são a prova viva duma educação inflexível, assente em valores retrógrados com laivos de mente moderna. Ou pelo menos daquilo que depreenderam ser os tempos modernos.
São estas as mulheres que nos provam que os valores, a moral e os bons costumes, possuem qualidades maleáveis e mutáveis onde «Bem» e o «Mal», o «Certo» e o «Errado» possuem versos e reversos.
Estas mulheres são o voto a favor duma educação sexual sem tabus, sem preconceitos para que cada uma possa viver a sua sexualidade em consciência, sem olhares travessos, próprios de quem se resguarda nos trocadilhos, o desconforto da palavra «Sexo».

Sunday, January 27, 2008

Monday, January 21, 2008

Se algo me suceder... contactem-nas!


-->Esta tem ideias de ir substituir o Hitler. Tenho medo, muito medo....
--> Sim, sim. É essa mesmo, a do saco plástico.
--> E claro, tinham que ser logo as três primeiras a afiambrarem-se à mesa do almoço. E não eram salsichas alemãs!


Tenho ou não tenho razões para me precaver em Berlim?...
As minhas botas fazem mais sucesso do que eu!




E eu a pensar que a fotógrafa tinha encontrado a sua musa inspiradora (Eu, what else?) de tanta flashada que existia em meu redor... afinal, era tudo para elas, as Botas!


Friday, January 11, 2008

O Lado Negro da vida


Num ma acredito em bruxedo, mas a verdade é que de há 3 semanas para cá tudo me acontece.

O primeiro momento crítico aconteceu num lance de escadas sobre o qual me espalhei ao comprido, resultando este aparatoso acidente em 3 nódoas negras, no joelho direito e na coxa e anca esquerda. Resultado: Hirudoid e umas dores terríveis ficando com a sensação de me te passado um camião por cima.

O segundo momento crítico aconteceu dois dias depois da passagem do ano, onde após me despedir das minhas amigas na estação de comboios, bati defronte a uma tabuleta, onde fiquei logo sinalizada com um belo dum galo, com direito a ver estrelas.

Agora isto…




Poderia ser um slogan de prevenção da Violência Doméstica. Mas não é.

As hipóteses são:

a) o airbag do carro disparou
b) sessão de sexo desenfreado
c)envolvi-me à porrada com um arrumador de carros que me furou o pneu porque não lhe dei a moedinha
d) disputas familiares
e) acertei com o olho na esquina da mesinha de cabeçeira enquanto dormia


...... E a Maya disse no Fátima que eu ia ter um bom início de 2008!

Sunday, January 06, 2008

2008

Prevejo para este ano de 2008 algo de novo para mim.
Fecharam-se em 2007 dois grandes ciclos da minha vida. Acabou-se o título de estudante (que levou consigo o desconto no cinema, o desconto de algumas livrarias e outros tantos) e acabou-se o título de comprometida (que levou consigo umas quantas dores de cabeça).

Encerraram-se dois grandes capítulos e abrem-se novos horizontes com uma possibilidade de extensão ainda desconhecida. Contudo, há no meio disto tudo, algumas certezas:

- É certo que em menos e 1 mês estarei em Berlim a viver.
- É certo que pela Páscoa irei a Amesterdão.
- É certo que depois de Berlim passarei 2 semanas maravilhosas em Barcelona.

Ainda duvidam que este 2008 não vai ser em GRANDE?
L Word

Depois de um namoro loooongo é normal surgirem velhos hábitos como, passar mais tempo com os amigos, sair mais, saborear as bebidas com mais frequência, socializar, simpatizar, flirtar, e claro está, mais estórias para contar. Enfim…. Voltar de novo ao activo estado de solteira.

Mais uma noite, mais uma saída… desta vez, na capital Invicta. Como manda a tradição, é costume gastar os últimos cartuchos da passagem do ano, no primeiro fim-de-semana do Novo Ano. Ou pelo menos, este é um costume da minha trupe de amigas.

Ao grupo de 4 amigas, em que por coincidência, eu era a única 100% hetero, juntaram-se mais 3 moças, estas, 100% lésbicas. Ora, eu no meu pensamento hetero, nunca me ocorreu, por momento algum, que a minha pessoa pudesse ser considerada, naquele grupo de gajas, como um potencial alvo… Aliás, eu no meu pensamento hetero achei totalmente “normal” teceram considerações aos meus longos caracóis, não levei a mal de me darem uma “trancadita” na anca e muito menos se despedirem com um beijo ligeiramente humidificado… Tipo, éramos todos gajas!! Tipo, eu faço isso com as minhas amigas.

Mas tudo mudou, quando alguém disse…. Mas ela não era tua amiga, ela era lésbica. Imagina que tinha sido um gajo a fazer-te isso. Acharias “normal”?

Pois bem, NÃO. De todo. Mas a bem da verdade, é que NUNCA me ocorreu poder estar a ser flirtada por uma gaja… Isto só prova que, de facto, mesmo que eu quisesse ampliar o meu leque de opções, nunca entenderia os sinais, os tais sinais que, quem o é, entende. Eu, totalmente naif, vejo tudo como uma brincadeira pegada… sem perceber que esta é a realidade para alguma gente.

Mas agora que estou aqui, debruçada sobre o assunto, até que é engraçado ser mirado tanto por eles como por elas. Mas, se dúvidas haviam, dissiparam-se. Sou por defeito, totalmente straight.