Wednesday, February 06, 2008

Real Festa de Carnaval em Oiã City

Os tempos não abonam fortuna para Herman José. Mas a verdadeira prova da desgraça em que o senhor caiu foi vir ao real carnaval de...Oiã!
"Como?"
"Onde?"
"Onde é que isso fica?"
"Comé q'isso se diz?"

"ó i á til - Oiã."

Claro que eu não poderia perder tal humilhação pública, de modos que vim num ápice, fresquinha de outra festa em Coimbra, para a minha santa terrinha ver com os meus próprios olhos esta pessoa, que eu em tempos admirei. Em tempos idos, diga-se, com tristeza.

Máquina em punho e cartaz alusivo, lá fomos para a paródia, esperando que ele desse pela nossa real presença. E não é que dito cujo, enquanto cantarolava "És tão boa! És tão boa!", lá reparou em nós e até teve tempo de nos conceder uns segundos para nos responder ao apelo. Nem outra coisa esperava eu.

Infelizmente a nova era digital tem alguns pontos desfavoráveis, em relação à analógica, nomeadamente a falta de bateria no momento X, não obtendo por isso eu, uma prova provada do Herman em solo oiãnense.
Mas aquilo que obtive inspirou-me...


4 comments:

Anonymous said...

Também estive nesse Carnaval, e comoveu-me o carinho com que o Herman tratou as pessoas. O Herman é dos que acham que se "sobe ao povo"... Foi comovente ver tanta gente emocionada por estar perto do seu ídolo. Pense bem: quem possui quintas em Azeitão, barcos em Vilamoura, penthouses na Lapa e teatros como o Tivoli, não precisa do dinheiro da Oiã, precisa sim de conhecer e chegar perto daqueles graças aos quais ele é considerado a vedeta maior do nosso País há muitos anos. Eu sou natural de Oiã (sou médica, chefe de serviço de uma grande clínica em França) não me senti menorizada por ter estado no nosso Carnaval, entre gente (ainda) sã e muito boa, o que sinceramente, não me parece ser o seu caso. Acho as suas observações de mau gosto e de pessoa socialmente muito complexada (perdoe-me a franqueza).

Patchouli said...

Finalmente alguém com quem falar!

Pois bem, Sra. Dra, por estar tão longe não deve conhecer os reais problemas da nossa terra, porque se estivesse devidamente informada não sobrevalorizava este festim, onde o dinheiro gasto com o Herman serviria muito melhor o bem comum.

Na minha pessoa tao complexada não há espaço para imigrantes popularuchos que se impressionam com idolos que "descem" ao povo.

Um bem-haja e muito bemvinda!

Anonymous said...

li no Correio da Manhã que o senhor ganhou 9000 Euros ! Assim também eu 'descia' ao povo ! só uma coisa dona patchola/ para um artista em decadencia como diz, faz-se pagar muito bem!!! será decadência escondida com popularidade de fora???

Patchouli said...

marta: ainda tinha a esperança que o senhor apenas tivesse escolhido "Oiã" pela sonoridade engraçada que a palavra produz.

O Carnaval é uma época por excelência para o povo apontar o dedo a algumas feridas locais, de uma forma airosa, mas incisiva. É essa a tradição de Carnaval que devemos manter e até, porque não, aproveitar algum desses mil euros para dizer de nossa justiça.

Oiã, que começou a ter Carnaval de há poucos ano para cá ( para pena minha), deveria, na minha opinião, apostar mais nas nossas tradições e importar menos sambas e monoquinis, porque as meninas bem que apanham uma rapa de frio e chuva quiçá.

Não sei se 9000 euros é muito, pois pouco sei a cerca dos reis e rainhas de Carnaval, sei contudo que com esses muitos euros alcatroava aqui a minha rua que de tanto buraco... já me pagavam as várias visitas ao mecânico! Ou processava os engenheiros que desenharam o magnífico parque de estacionamento subterrâneo que agora está inviabilizado, porque alguém se enganou a desenhar a planta, ou apoiava mais determinados agentes culturais que não fazem mais porque económicamente não podem. Ai sei lá, tanta coisa fazia eu... não fui a Rainha do Carnaval!